Bloco de 1 selo - Festival do Selo - Artes de Rua - Acrobat - Carta Verde

Descrição

O festival do selo de 2025 inaugura um novo tema dedicado às artes de rua. A expressão "artes de rua" é habitualmente utilizada para designar espectáculos ou eventos artísticos realizados fora dos locais pré-definidos (teatros, salas de concertos, museus, etc.). Na rua, portanto, em praças ou nas margens de um rio, numa estação ferroviária ou num porto, num terreno baldio ou num edifício em construção... Para começar, uma homenagem aos acrobatas. ---------------------------- Parte circo, parte ginásio, parte cabaret, parte teatro, os acrobatas fazem parte da tribo dos acrobatas de rua, dando aos paralelepípedos e ao asfalto toda a sua poesia. Segundo a etimologia, um acrobata "anda em bicos dos pés", mas as palavras "acros", extremo, e "bates", andar, têm o significado de avançar e mover-se, em busca do extremo num espaço extraordinário. A sua linguagem corporal universal ultrapassa as palavras, em frente a um público e não à espera que este escolha um espetáculo. Com o trampolim humano, as gangorras, os trampolins e os baloiços, o acrobata extrai-se da ausência de peso. O contorcionista dobra-se na sua caixa ou enrola-se à volta de uma corda em posturas reptilianas. Desarticulados e deslocados, desafiam as leis da flexibilidade para alcançar uma expressão sobrenatural. O equilibrista aproxima-se da morte e amplia a sua arte em cenários urbanos, como as torres de Notre-Dame de Paris ou o World Trade Center. Suspenso entre o céu e a terra, caminha sobre as nuvens. Hand-to-hand combina a força de quem usa com a elegância de quem usa. Prancha de crocodilo, balanço mexicano, anjo nas costas, banquina... Poesia das palavras, mestria do gesto. O acrobata torna-se uma obra de arte viva. Os acrobatas de hoje transcrevem a vida urbana, os seus ritmos frenéticos e os seus desequilíbrios. No cruzamento da dança, do teatro e da ginástica, os acrobatas surpreendem o público na rua, lugar de trocas, e exprimem as antinomias do século. O acrobata italiano Arcangelo Tuccaro, saltarino do rei Carlos IX em 1570 e autor da primeira obra de teorização da arte da acrobacia, publicada em 1599, concluía: "pois dizer bem, saltar, são actos de um arcanjo". A arte da acrobacia não podia ser ganha de forma mais elegante. Daniel Cornut

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Bloc d'un timbre-poste (héliogravure) : Création Marie-Laure Drillet