Documento filatélico - 50 anos da descoberta dos ossos de Lucy

Descrição

Na década de 1970, a descoberta dos ossos de Lucy nas margens do rio Awash, na Etiópia, mudou irrevogavelmente a nossa visão e o nosso conhecimento sobre as origens da espécie humana. Tudo aconteceu a 24 de novembro de 1974, quando vários membros da Expedição Internacional de Investigação Afar descobriram alguns ossos fósseis isolados que emergiam da parede. As escavações prosseguiram, envolvendo os diretores da missão (o geólogo Maurice Taieb e o paleoantropólogo Donald Johanson), os paleontólogos Claude Guillemot e Yves Coppens, bem como estudantes e investigadores etíopes: todo o material foi cuidadosamente recolhido sob o número de referência científica AL 288-1. Foram necessários dois anos para que a descoberta fosse publicada na prestigiada revista Nature (1976), e mais dois anos para que lhe fosse atribuído o nome de uma nova espécie (Australopithecus afarensis) e uma data exacta: 3,18 milhões de anos. Desde então, foram descobertos outros fósseis, mas menos bem conservados (no caso de Lucy, conservam-se 52 fragmentos de ossos, ou seja, 40% do esqueleto completo!): mandíbula isolada, esqueleto infantil, elementos cranianos, etc. Lucy foi a primeira a demonstrar a idade do bipedalismo (mesmo parcial), muito antes do processo de aumento do volume do cérebro. A sua densidade óssea, a morfologia das ancas e dos joelhos e a abertura da pélvis mostram um indivíduo que partilha traços símios e humanos: um indivíduo com cerca de 25 anos, 1,10 m de altura e menos de 30 kg de peso. Todos conhecemos a anedota amplamente divulgada por Yves Coppens - "o pai de Lucy", falecido a 22 de junho de 2022 - segundo a qual foi a audição da canção dos Beatles "Lucy in the Sky with Diamonds" no local da escavação que deu aos descobridores a ideia de lhe dar um nome. Mas o seu nome em amárico - a língua natural da Etiópia - é ainda mais significativo: Dinqnesh ("tu és maravilhoso"). Como este nome de batismo parece agora apropriado... Philippe Charlier

Aviso legal

Timbre (héliogravure) : mise en page Ségolène Carron d’après photos Australopithèque afarensis et étapes dans l’évolution humaine © Science photo library Document philatélique : mise en page Ségolène Carron d’après photo Yves Coppens, 1991 (c) Philippe Lafond / akg-images Texte : Philippe Charlier