Naturalista, músico, político e historiador, Lacepède foi uma figura importante desde o fim do Antigo Regime até à Restauração.
Nascido em Agen, desde muito cedo desenvolveu uma paixão pela ciência e pela música e enveredou por uma carreira em ambos os domínios. Compôs várias obras, entre as quais uma ópera (perdida), e publicou uma Poétique de la Musique (1785), na qual procurava compreender as origens desta arte e construir uma teoria estética. Ao mesmo tempo, estuda os fenómenos da eletricidade.
Mas a sua investigação orienta-se resolutamente para a zoologia a partir de 1784, quando obtém um lugar no Jardin du Roi (precursor do Muséum national d'histoire naturelle) graças à proteção do naturalista e filósofo Buffon, cuja grande obra, Histoire naturelle, continua. Entre 1788 e 1804, publicou volumes sobre répteis, anfíbios, peixes e cetáceos, tornando-se um dos maiores especialistas europeus nestes animais. Desenvolveu, em particular, uma visão arrojada sobre a evolução das espécies.
Durante a Revolução, dedicou-se à política e tornou-se deputado à Assembleia Legislativa, mas, por ser um moderado, foi obrigado a abandonar Paris durante o Terror, regressando apenas após a queda de Robespierre. Retoma então uma brilhante carreira científica, obtendo uma cadeira no Muséum e ingressando no Institut em 1795. Torna-se próximo de Bonaparte que, após o 18 Brumário, lhe confia altos cargos. Nomeado para o Senado conservador (1799), torna-se, em 1803, o primeiro Grão-Chanceler da Legião de Honra, o único civil da história a ter este título. Desenvolveu e organizou esta instituição e contribuiu para a criação dos seus estabelecimentos de ensino.
Desgraçado durante a Restauração, dedicou os seus últimos anos à redação de uma monumental História Geral da Europa, que só foi publicada após a sua morte.

Naturaliste, musicien, homme politique, historien, Lacepède est une personnalité majeure de la fin de l’Ancien Régime à la Restauration.
Né à Agen, il se passionne très tôt pour les sciences et la musique et entame de front une carrière dans ces deux domaines. Il compose ainsi plusieurs œuvres, dont un opéra (perdu), et publie une Poétique de la Musique (1785) dans laquelle il cherche à comprendre les origines de cet art et à bâtir une théorie esthétique. Parallèlement, il étudie les phénomènes de l’électricité.
Mais ses recherches s’orientent résolument vers la zoologie à partir de 1784, quand il obtient un poste au Jardin du Roi (ancêtre du Muséum national d’histoire naturelle) grâce à la protection du naturaliste et philosophe Buffon, dont il poursuit le grand ouvrage, l’Histoire naturelle. Il publie entre 1788 et 1804 les volumes sur les reptiles, amphibiens, poissons et cétacés, devenant l’un des principaux spécialistes européens de ces animaux. Il développe notamment des vues audacieuses sur l’évolution des espèces.
Durant la Révolution, il se tourne vers la politique et devient député de la Législative, mais, modéré, doit quitter Paris sous la Terreur, pour n’y revenir qu’après la chute de Robespierre. Il reprend alors une carrière scientifique brillante, obtient une chaire au Muséum et entre à l’Institut dès 1795. Il se rapproche de Bonaparte, qui, après le 18 Brumaire, lui confie de hautes fonctions. Nommé au Sénat conservateur (1799), il devient surtout, en 1803, le premier grand chancelier de la Légion d’honneur, seul civil de l’histoire à avoir porté ce titre. Il développe et organise cette institution et contribue à la création de ses maisons d’éducation.
Tombé en disgrâce à la Restauration, il consacre ses dernières années à l’écriture d’une monumentale Histoire générale de l’Europe qui ne paraîtra qu’après sa mort.

Carimbo - Bernard Germain de Lacepède